domingo, 6 de dezembro de 2009

Relatório de viagem ao Recife.


Dia ensolarado, calor, brisa do mar e cheiro de frutas tropicais - sapotis, pitangas, mangabas, acerolas -, essa foi a primeira vista ao aterrissar no Recife/PE. Para completar, lua cheia prateada que iluminava a cidade de ares que emanam alegria. Nas raízes, os ritmos populares do frevo, maracatu, modinhas e cordéis a contar um pouco da história desse 'pequeno' fragmento do nordeste.
Além do mar de águas quentes, mais encantador foi ver de perto os atletas portadores de necessidade especiais no campeonato da Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeiras de Rodas - CBBC. Estar perto deles vibrando a cada partida para mim foi um grande prêmio e verdadeira lição de vida, pois vê-los superar barreiras mediante tanto preconceito, me fez refletir sobre a condição e capacidades humanas. Pude ver de perto olhos que brilhavam feito estrelas, camisas e corpos suados, tamanho esforço físico e ansiedade ao final das partidas. Eles(as) são verdadeiros heróis: imagine empurrar a cadeira, driblar, bater a bola no chão e arremessá-la ao cesto! Caraca! Ouvi falar de histórias de alguns: um deles, hoje aos 27 anos, joga basquete desde os 14. Durante um assalto em São Paulo, foi jogado na linha de trem, que passou sobre suas pernas (...). Também vi um jovem de aproximadamente 15 anos, mascote de um dos grupos, que tinha sido recém - amputado. Não soube exatamente a razão.

Garra. Alegria. Superação. Essas são algumas das tônicas daqueles atletas e o campenato realmente foi emocionante. Pensei: aquelas sim, eram pessoas fortes de verdade.
Encantei-me ainda com o Bloco das Flores, tradicionalíssimo no Recife. Trata-se de um grupo de mulheres que mantém a tradição com o 1º bloco de frevo da cidade, desde 1920. Elas cantam modinhas típicas da região durante os desfiles de carnaval e, ao mesmo tempo, distribuem flores aos transeuntes. Lindas demais... Comer bolo de rolo de verdade (aqueles que se faz aqui são falsos!), com geleia de goiaba e sorvete de creme foi verdadeiro majar dos deuses... moqueca de peixe com legítimo dendê e côco não-industrializado fez suar naquele calor abaixo dos trópicos... tapioca quentinha com côco e mel, nem se fala...
!
Por outro lado, notei que, apesar daquele oceano lindo que banha toda costa da cidade, as pessoas lá andam com roupas até o pescoço. Como boa carioca que sou, achei bem estranho. A moda - praia, inclusive, é bem pequena por lá, com uma loja aqui, outra acolá. Em conversa com uma arquiteta, esposa de um sociólogo que conheci no ginásio durante os jogos, ela comentou que isso se dá devido aos resquícios do coronoelismo que persiste no pensamento da sociedade nordestina como um todo. Faz sentido.
Ri muito dos modos nada gentis dos pernambucanos. Até o timbre da voz deles é grosseiro. Ego número nº 2 (depois explico essa história de ego!), não faz parte da cultura deles. Compreendi. Questões culturais, apenas isso.
O presidente do CPB, durante a premiação dos vencedores do campeonato, disse algo que para mim valeu todo empenho durante nosso trabalho nos 7 dias que estivemos no Recife: "Não parabenizo a ninguém individualmente, mas as equipes que realizaram esse campeonato." Isso mesmo. Sem equipe dificilmente se obtém o objetivo. Portanto, Gonçalo Fortes (cinegrafista), Nilson Carvalho (fotógrafo) e eu, estivemos juntos o tempo todo. Sem esse espírito não teríamos realizado tamanha façanha. Adorei. Valeu meninos! Vocês já têm lugar no meu coração.
E vamos em frente, que atrás vem gente.
:) RB

sábado, 22 de agosto de 2009

Felicidade Clandestina.



Há tempos não escrevia aqui. O tempo muito me tem consumido: corre-corre danado. Às vezes fico com a consciêcia pesada em se tenho administrado bem meu tempo...

Passei por Revolução Solar (aniversário) no último dia 10.08. Adorei comemorar mais um ano de vida ao lado da família e amigos. Fomos, além de tomar uns drinks, apreciar o pôr-do-sol no Pontão do Lago Sul em Brasília, um dos meus lugares preferidos por estar ao lado do Lago Paranoá. De lá também se avista a Prainha - a Praça dos Orixás -, que este ano me emanaram muito axé.

Apesar da falta de tempo, li esses dias uma frase da gloriosa Clarice Lispector: "Ando agora ocupada. A felicidade muito me toma." Menos mal. Ocupada, mas feliz! De alma leve, coração e consciência tranquila... muitos planos para meu novo ano que se inicia... muito grata pelo que passou. E vamos em frente!


Abraços com carinho.
RB







domingo, 7 de junho de 2009

Don't worry baby!


Ando meio sumida, só um poquinho, falta de tempo. Tempo, tempo, tempo. O tique-taque do relógio vive nos perseguir: deixa eu correr senão não chego a tempo; preciso redigir tal trabalho e entregá-lo a tempo; tenho de correr e dar um beijo em meu amigo em tempo - tempo, tempo, tempo. Falando nisso, preciso comprar o presente do meu namorado, caso contrário, chegará 12 e junho e não haverá mais tempo. Ele sempre me diz muito terno e calmo: " Não se preocupe querida, vai dar tempo." Ah, vou aproveitar para ouvir a canção "Don't worry baby", de Lorie Morgan, que ele sempre canta para mim. nháaaa...

Veio-me à mente a figura mitológica de Cronos, o senhor do tempo. Em Astrologia, Cronos faz analogia com Saturno, um dos mais complexos arquétipos entre os planetas, também tido como mestre interior. Li algo que mencionava que esse mestre pode se tornar um tirano severo ou, se bem posicionado no mapa astral, um vedadeiro mentor.

Quem conhece o mito de Cronos há de se lembrar de que ele engolia seus próprios filhos, consumindo sua própria descedência. Tendo sido destronado depois de govenar todo um reino, sofreu banimento e a perda do poder, e terminou sua carreira como prisioneiro no Tártaro. Diz-se que os anéis de Saturno representam limitações e fronteiras em nossas vidas. Eu mesma o tenho posicionado na casa sete de meu mapa natal - das associações, parcerias, o outro.

Mudando de assunto: estou muito feliz, muito mesmo! Estou enveredado para o segmento de escrever roteiros. Aprendi a apreciá-los com Renata Leite, jornalista-roteirista que trabalhou comigo. À época eu ajudava a revisá-los e acabei por tomar gosto por eles. Infelizmente, pessoas tão incríveis parecem durar pouco tempo em nossas vidas. Morro de saudades dela; um dia desses a encontrei no niver da Flavita... rimos que só. Também tenho aprendido muito com dicas valiossísimas de Maurício Pinheiro, para mim tido como mestre. O cunho literário de bons roteiros de cinema aprendi com Adalbero Müller, outro mestre incrível do tempos da UnB. Ah, Rosita, mulher de sorte!

Gente, deixem ouvir, então, minha canção (...)

Beijos e abraços encantados!

Rosita Bertini.

domingo, 24 de maio de 2009

Poder e poder...




Não é incomum se ouvir falar da palavra poder. Esse termo, que gramaticalmente varia entre verbo e substantivo, significa em ambos casos autoridade, mando, força, influência. Teoricamente "poder" deveria levar ao equilíbrio, ajustamente e mesmo felicidade; porém, em geral, talvez pela pequenez humana, não é assim que ocorre. Em toda parte relações sociais são mediadas por alguma forma de poder: daí a expressão "manda quem pode, obedece quem tem juízo." Acrescenten-se ainda "ah, fulano abusa do poder"; "cicrano aspira poder"; ou, "aproveita-se do poder que tem."


Fui consultar algumas teorias sobre o tema. Para Weber poder é a "possibilidade de impor sua vontade sobre o comportamento de outras pessoas", quase sempre para atingir um objetivo." Já Toffer pensa que existem três fontes de poder: músculo (força), dinheiro (riqueza) e inteligência (conhecimento), essa última de maior qualidade, pois propicia aplicar outras fontes. Concordo com ele. Não por acaso, as elites abastadas detêm poder mediante o poder que o dinheiro gera. Não raro também alguém que possui grau elevado de conhecimento ser fonte de persuasão sobre outros, o que inevitavelmente não deixa de ser uma forma de poder; até aqui tudo bem, a questão é a maneira em como esse poder é conduzido. Interessante - algo que já notei em diversas circunstâcias - é aquele que não possui nada do que fora mencionado, ou seja, força física, riqueza, muito menos inteligência, mas por estar próximo do poder, faz acreditar que o tem (falso poder). E, o que é pior, faz uso desse falso poder em benefício de si e para prejudicar outrem. O bom nisso é que tudo que falso um dia de revela e desmacara, porque o que não é verdadeiro não se sustenta.

Entretanto, existem aqueles que usam o poder em detrimento do mal. E é nisso que me empenho. Mesmo sendo uma gota no oceano, há pessoas que fazem bom uso do poder por crer que vale a pena colaborar mutuamente, que um ensina e aprende com o outro, e que existem egrégoras voltadas para o bem-estar. E esse é o poder que deve prevalecer.
Beijos e abraços cheios de poder do bem.
RB


domingo, 17 de maio de 2009

Entre ser chic ou chica

Dia desses eu algumas amigas discutíamos o conceito de ser ou não ser chic. Cada uma a seu modo, mediado pela subjetividade, exprimia opinião diferente: "ser chic é não estar nem aí." Outra: "é ter estilo próprio"; " não é preciso seguir a moda, mas ter bom gosto e refinamento." Para Glória Kallil, profissional de renome no tema de comportamento e moda no Brasil, para ser chic (ou chique) "é preciso ter infomação que, aliada ao que se tem por dentro, representa como se está por fora."
Enfim, papo informal que pode parecer bobo, fato é que a vida contemporânea, em que prevalece o poder sedutor da imagem, "que prefere a representação à realidade" - inclusive para indústria da informação -, pois até os produtos têm lá seu toque de sensualidade, o caráter chic se faz bastante relevante.
Ainda assim, em minha humilde presunção (rsssssss), continuo achando que ser chic é ser autêntico, feliz. Saber se comportar em qualquer situação e ter jogo de cintura também não é fácil; além disso, o chic não se preocupa em quebrar regras sociais, é original. Ninguém merece o estilo fazer pose (parecer ser sem ser), que soa artificial. Papo vai, papo vem, pensamos: e quem não é chic é o quê? Silêncio fúnebre e alguém num insight disse: chica! ahaaaahaahhhhha!!!
Elas são incríveis e, diga-se de passagem, mui belas e chics!

RB

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Jamais


Jamais desistir ou esmorecer.
Jamais desacreditar ou perder a fé.
Jamais deixar de sorrir, muito menos de crer em si e nos ideais.
Jamais deixar de abrir-se à vida,
ou de abraçar o semelhante.
Jamais deixar-se acovardar,
de enfrentar, resistir, erguer.
É fácil ser um soldado, um robô.
Difícil é convercer, persuadir, argumentar.
É fácil tão somente obedecer.
Difícil é liderar, pensar.
Jamais, jamais voltar atrás.
Jamais [...]

RB.


domingo, 10 de maio de 2009

A que agrégora você pertence?



No domingo, Dia as Mães, estive reunida com um grande grupo de pessoas em comemoração às mamãezitas. Não contei, mas pressuponho que havia mais de 45 pessoas. Algumas conhecia mais, outras menos, contatos do grupo de amigos de futebol de meu marido. Foi um dia bem leve e alegre. Gostei muito. Havia desde bebês, jovens e adolescentes a balzaqueanos quarentões. Boas gentes!
Entre muita descontração, churrasco, cervejas e chocolates, o que me chama atenção nos grupos é a afinidade que rola entre as pessoas, seja nesse dia que passou, ou a qualquer lugar que eu vá. Nesses casos sempre me lembro do termo "egrégora" - que provém do grego egrégoroi: velar, vigiar - e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas que se reúnem com qualquer objetivo. Assim sendo, a egrégora acumula energias de várias pessoas. Como cada indivíduo é único, por sua vez, cada um vibra num padrão energético, de acordo com aquilo que trás dentro de si, em especial para os sentimentos e pensamentos que geram a frequencia vibratória que emana a partir deles.
Por outro lado, ainda que cada um seja um, sempre haverá aquilo que coincide ou não, grosso modo, aquilo que chamamos de afinidades ou desafinidades. Não por acaso que num grande grupo, vemos aos poucos pessoas que mesmo sem se conhecerem, vão se achegando, até formarem pequenos ou grandes aglomerados. Isso ocorre nas festas, reuniões, ambiente de trabalho, clubes, até entre familiares.
Sendo a egrégora a somatória de energias, também há de se convir que não existem limites para sua fonte criadora mediante ao que já fora dito. Por conseguinte, assim como há egrégoras de frequências de padrão elevado, existem igualmente aquelas com frequências vibratórias baixas, ou seja, negativas. As pessoas não se reúnem ou afinizam por acaso. Existe algo invisível que emana de cada um, que num efeito atração/repulsão e, ainda, de intenção de desejo, embora inconsciente, que delineia as associações.
Não por acaso as pessoas compactuam ideias de outrem, pois certamente pertencem a mesma egrégora, vibram no mesmo padrão energético. E, ainda mais, é importante sempre ater-se a agrégora a que se está associado.

Boa semana! Beijos!

RB.

























































terça-feira, 5 de maio de 2009

Poema dedicado à Tamine. Feliz aniversário!




Vinicius tinha razão. Não é possível saber o que é o prazer de um filho sem tê-lo.

E, ainda assim, que coisa louca é amor que se tem por ele.
Nem é possível descrevê-lo tamanha grandeza.
O que se sabe é que se ama mais que tudo.
Ela é linda!
Parece um sonho.
De fato foi o melhor sonho que eu pudera ter.
Ela é encantadora, doce.
Ela também é, às vezes, chata. Pega no meu pé.
Quer que eu faça o que ela quer.
Quando ela sorri tudo se alumia,
e eu a amo mais ainda.




Feliz aniversário à minha filha, que amo mais que tudo.


Beijos e abraços com amor.




Mamãe e papai.
RB.

domingo, 3 de maio de 2009

Maio - mês de muitas comemorações.


O mês de maio começou bombando em vários sentidos - a começar pelas comemorações em seu 1º dia , tido como dia do trabalho. Por conta de uma grande demanda de trabalho naquele dia tive o privilégio de trabalhar no feriado. Não reclamo, desde que seja por boa causa. E foi. Para começar fiquei mais de uma hora plantada no ponto do ônibus, o que me irrita profundamente. Contudo, às vezes existe algo de bom, mesmo diante de uma situação deagradável. Depois de esperar muito, me toquei de que outra mulher aguardava desde que eu ali chegara. Lamentavelmente transportes coletivos são precários em Brasília. Foi quando lhe perguntei se estava há muito esperando. Por coincidência, ela também ia para o mesmo destino que eu. Decidimos ir, então, para rodoviária. Como não tenho costume de andar de ônibus, pedi-lhe que fôssemos juntas, pois não sabia exatamente onde ficavam os terminais.

Ela fora extremamentee gentil, mas durante a conversa, notava que me ela olhava como quisesse dizer algo. Já na rodoviária, ela (não soube nome dela, nem ela o meu), me contou que me conhecia. Eu, meio, aliás, totalmente sem graça, perguntei "de onde?", ela respondeu: "da temakeria, você vai sempre lá com suas amigas! E você é a que mais ri." :O Ela trabalha na temakeria no Sudoeste.

Achei muito interessante o fato dela se lembrar de mim e de minhas amigas, mesmo porque vamos lá ocasialmente. Realmente não me lembrei dela em nenhum momento -, uma pequena finitude.

As amigas a que ela se referiu foram Claudia Costa, Camila Ciolin e Roberta Moura. Aprendi a gostar de temaki com a Robertita e Thatiane Phelipe, que insistiam pra eu experimentá-lo. Ontem fomos a um jantar maravilhoso em que me fartei em suschis e saschimis, entre outras delícias. Aprendo muito com muitas amigas todos os dias. Com Roberta também passei a gostar do perfume Issey Miyake; e ela do Individualle Montblanc, um dos meus prediletos.

Ainda no 1º de maio na rodoviária houve um momento de tensão. Depois de algum tempo percebi que o ponto do ônibus ficava em frente o posto policial. Até aí sem problemas. Fato foi que me paravam dois camburões dos quais saíram três mulheres algemadas. O clima na rodoviária estava alegre por conta do feriado e sol brilhante: pessoas transitavam sorridentes indo e vindo. Nesse ínterim, todos paravam para vê-las - cena triste do cotidiano, reflexo das desigualdades sociais do País. Havia um grupo de angolanos lindos, trajados em vestimentas bem coloridas que, igualmente, roubavam olhares dos transeuntes. Reconheci um deles na época da UnB. Eles ficaram aflitos e atônitos ao ver as mulheres sendo detidas, de modo que gesticulavam e falavam alto um português bem embolado. O grupo na fila também começou a comentar, até que elas adentravam a delegacia, armas e cacetes em punho pelos policiais. E eu lá no meio, com maior medo de sair um quebra-pau [...].

Naquele dia, depois de algumas aventuras e desventuras, tive o prazer de comemorar o niver de outra amigona: Flavita Martins. Nossa afinidade é incrível e tenho muito carinho por ela. Ela, certa vez, quase se meteu numa tremenda confusão apenas para me satisfazer um capricho. Depois rolamos de rir. O niver dela foi badaladíssimo, entre muitos amigos lindos, como ela.

Ontem, 2/5, num jantar ultra- mega-chique, comemoramos o niver do Arthur. Nome de rei não por acaso, Arthur é filho de Roberta Moura. Pensem num garoto charmoso. Sou fanzoca dele e da forma como ele gargalha, que também se tornou amigo da menina mais linda que conheço: Tamine. rsss

E, para completar este mês de maio, dia 5 será o niver dessa moça que amo mais que tudo. Ela é meu bem-querer. Sou feliz, mais que feliz.
Outra data que certamente será lembrada neste mês é o 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura, um dos maiores movimentos sociais do Brasil. Certamente em todo país haverá muitas comemorações, inclusive nas crenças afrodescendentes com homenagens aos humildes pretos-velhos.


RB.

domingo, 26 de abril de 2009

Os livros e as feiras de antigamente.


Domingo de chuva. Particularmente dias chuvosos e cinzentos não me atraem. Prefiro a luminosidade do Sol. Dizem que na Dinamarca os raios solares pouco atingem o país. Mesmo durante o dia parece noite. Por sua vez, o índice de suicídios é bem alto, apesar do IDH elevado. Segundo consta, a relação da falta de luz tem a ver com os estados depressivos das pessoas que lá vivem.

Ainda assim fui à feira comprar um tapete para porta de entrada de nossa casa. Foi meio difícil, pois gostei de um e minha filha de outro. Acabei optando pela escolha dela, que tem muito bom gosto: tapete cheio de florzinhas coloridas. Não resistimos e escolhemos também pulseiras indianas lilases bem femininas.

A feira não estava muito animada por conta da chuva e, por óbvio, ausência do Sol. É muito divertido passar a manhã de um dia ensolarado, de preferência num domingo em que as famílias saem para passsear. Nós temos por hábito ir direto ver os cães e gatos que lá são vendidos. Depois bater muitas pernas lá e cá só para ao final tomar caldo de cana com pastel. O mais delicioso é ver crianças lambuzadas em sorvetes, algodão doce ou divertindo-se numa pipa ou pião. Às vezes me lembro da infância quando meu pai nos levava às feiras para fazer compras e minha mãe tinha por hábito trocar gibis, discos vinis e revistas. Sempre havia um exemplar novo-velho para lermos. Mamãe também gostava de ler Sabrina; engraçado, nunca gostei delas, acha-as desinteressantes, histórias bobas. Gostava mesmo era dos livrinhos de literatura. Machado era tudo de bom e Capitu me marcou desde aquela época. Será que ela traiu Betinho?, perguntava-me.

Porém noto que hoje não há mais esse tipo de troca nas feiras, ao menos aqui em Brasília. O negócio do momento é o sebo de livros que, apesar de mais em conta, ainda é caro a quem não tem recursos. As feiras de livros então, sem comentários! É lamentável que no Brasil o livro ainda seja objeto voltado à elite e o índice de letramento tão baixo. Acredito que tudo esteja relacionado à cultura educacional do país.

Ainda assim existem boas iniciativas. O projeto "Parada Cultural" é um exemplo disso. Ou seja, nos pontos dos ônibus da cidade existem estantes de livros e qualquer um pode levá-lo para ler. Ideia genial, uma vez que mesmo sem hábito de leitura pela população, sempre haverá alguém por deleitar-se num dos livros.
Hoje senti saudades das feiras da infância. Só que naquele tempo papai comprava biscoitos de povilho ou picolé de limão. Era bom demais!
RB.












sábado, 25 de abril de 2009

"Ao vencedor, as batatas."

Não coincidentemente, esta semana sentimos a energia do santo guerreiro a quem reverenciei no post anterior. Cada um sentiu de perto a força motivadora impelida por ele. Os astrólogos do perído medieval e renascentista notavam o trânsito do planeta vermelho com certo incômodo, pois ele pressagiava guerras, febres e pestes. Assim, apatia definitivamente não está para Marte, dada sua força vigorosa.


Porém, em meio a guerras que travamos no dia-a-dia me veio à tona um dos trechos de Quincas Borba, de Machado de Assis:



Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Como é sabido, Quincas Borba defendia o Humanitismo, que tem como princípio fundamental a liberdade absoluta da condição humana. Em síntese, isso significa deduzir que o ser humano é livre para expressar sua ideas, independente das influências externas; entretanto, depende do reconhecimento da condição humana dos outros também. Ou seja, não se vive só.

Portanto, por mais que nos esforcemos estar alheios às situações, sempre haverá, de algum modo, participação, uma vez que é inerente à condição humana, as ideias de outrem por intermédio da interação. Não existe ficar num cantinho fingindo que nada nos atinge; ou, não tenho nada a ver com isso, faço somente meu trabalho, por exemplo.

Amanhã tem mais! Tenhamos todos um lindo fim de semana.

Beijos!


RB.




quinta-feira, 23 de abril de 2009

Homenagem a São Jorge.


Hoje é dia de São Jorge, tido como santo guerreiro para a Igreja Católica. No sincretismo brasileiro, Ogum - Orixá que vence demandas, abre caminhos, disputas e perseguições - a todos que a ele recorrem com fé e devoção. Não poderia deixar de saudá-lo. Já na mitologia romana, faz-se analogia de São Jorge com Marte que equivale o grego Ares, deus das guerras sangrentas. Supõem-se que o planeta Marte tenha sido assim denominado devido a sua cor vermelha.


Do ponto de vista astrológico, Marte corresponde ao guerreiro interior, arquétipo masculino em oposição a Vênus, feminino. Ele possui energia que, primordialmente, não tem senso de direção; porém, se bem sintonizada concede impulso e realização, dada sua força motivadora.


Salve, São Jorge!

Ogunhê!


RB

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Poema dos ruídos da comunicação.


Você disse isto, mas entendi aquilo.
Eu disse isto, e você entendeu outra coisa.
Achei que tu tivesses dito isto, mas você disse que não disse.
Entendi, pressumi, supôs, deduzi isto, porém, não fora nada do que quisera dizer.
(...)
É .


RB.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Dia colorido e o aniversário de 49 anos Brasília.


Hoje acordei tomando café colorido por conta de um jogo de xícaras que ganhei de presente: entre vermelha, azul, laranja e verde, escolhi a laranja, tom que representa o Sol em toda sua magnitude e expressão grandiosa, além de expansão e felicidade. Pressupus que iniciar o dia assim foi bastante apropriado, uma vez que a cidade de Brasília acordou em festa por conta de seu aniversário de 49 anos, aliado ao dia claro e ensolado a nos sorrir . Deu pra sentir a energia vibrante durante todo o dia mediante as comemorações e festejos no Parque da Cidade, Esplanada e, muito provavelmente, entorno. Recordei-me também da ousadia de Juscelino, umas das figuras de destaque na história do Brasil, na minha opinião, depois de Vargas.

Por conta disso me lembrei de quando cheguei aqui vinda do Rio de Janeiro, num domingo, 27 de setembro de 1995; aliás, data especialíssima - dia de São Cosme e Damião. E, como a mim nada acontece por acaso, isso tem significado muito importante, mas não vou me ater a isso agora.

Para completar ainda mais meu dia, recebi uma visita mais que especial - Maria José -, outra amigona do peito que tenho, que estava em viagem a Floripa. Preparei um bolo de baunilha que ela adooora; ela trouxe biscoitos de amêndoas, pelo quais sou apaixonada. Passamos a tarde rindo e desgustando generosas xícaras de café. Desta vez escolhi a xícara vermelha, no intuito de terminar o dia ainda mais caloroso e ela, azul, para homenagear nossa amizade.
Maria é chique, pois passa verão lá e inverno aqui. Estava com muitas saudades dela, embora nos falemos pelo fone vez por outra, já que não a via desde o último Natal. Prometir-lhes passar um final de semana com ela lá nas próximas férias. Vamos eu e Cristina, outra amiga nossa em comum. Também ganhei de presente um pano bordado LINDO, trazido de SC especialmente para mim, uma grande gentileza e demonstração de carinho.

Estou radiantemente feliz. Começar o dia colorido valeu a pena.

RB.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Apresentando-me: algumas facetas de mim [...]



Sou mulher possível e não sirvo de exemplo a ninguém. Sou simplesmente eu mesma, sem estereótipos ou quaisquer preceitos. Sou imperfeita, muito prazer. Aliás, ser perfeito deve ser muito chato, uma vez se tratando de ser humano. Nesse sentido, lembrei-me agora do “Auto da Barca do Inferno” – literatura portuguesa do século 16 em que numa alegoria cheia de humor, o anjo e o diabo argumentam numa espécie de juízes sobre as características terrenas, já que tinham como missão conduzir os mortos ou ao céu ou inferno. Para o diabo ser imperfeito refletia a condição humana e, pensava ele: “ ser puro deve ser muito chato, pois no paraíso não há espaços para risos e tudo deve ser certinho (...).” Ainda assim, fato é que vivendo para mim e não as expectativas dos outros, sigo a vida docemente feliz em respeito cada pedaço de mim. Por sua vez, acredito que não é possível fazer alguém feliz sem sê-lo primeiro, ou seja, ter opinião própria e poder de decidir por mim; pagar minhas próprias contas, dizer não sem sentir culpa; fazer o que gosto e empenhar-me por isso (por exemplo, cozinhar tão somente quando tenho vontade, escrever livros sem preocupar-se se eles vão ser editados, estudar sobre só e somente só o que gosto – Astrologia, Filosofia, Literatura, Comunicação, artes, beleza, e tudo que me der na teia, desde que me proporcione prazer como boa adepta do hedonismo que sou.


Entretanto, isso não significa que eu não possa ser mãe dedicada, mulher carinhosa, profissional competente e amiga fiel. Nada mais interessante que vislumbrar novos horizontes, mudar de pontos de vista e refletir sobre meus próprios atos e, o que é melhor, avaliar que tudo é válido e leva ao aprendizado. Nada mais prazeroso do que sentir a brisa do mar, abrir as janelas e avistar o sol brilhando à minha frente, olhar as estrelas, pisar na grama; ou tirar uma tarde para ouvir bossa nova, comprar uma plantinha para casa, papear e rir com os amigos, bebericar caipiroska de kiwi ou tangerina, tomar sorvete de pistache, usar meu perfume preferido, namorar e namorar (...). Nada melhor do que ser autêntica, rir ou chorar quando sinto vontade, abraçar o outro, jogar conversa fora, falar alto sem me preocupar se é educado ou não, além de observar que as frustrações são fontes de amadurecimento (...). Nada melhor do que ser mulher, ainda mais, não parar de sonhar e estar sempre em busca da autorrealização e felicidade.
Realmente, para mim não há nada melhor (...).
RB