sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Éris e o Pomo da discórdia


Quem já não ouviu falar na expresão 'Pomo da discórdia'? Este termo é atribuído a qualquer pessoa ou algo que causa desentendimento, discórdia ou conflitos entre um e outro; algo que faça alguém brigar entre si. Explico: tudo começou com a lendária história da Guerra de Troia, depois da festa de casamento de Peleus e Tétis, que seria dada aos deuses no Olimpo. Éris, tida como deusa da discórdia, obviamente 'persona no grata' - porque diga-se de passagem, ninguém é tolo de querer alguém assim por perto! - , não fora convidada para o evento. Indignada, tramou vingança colhendo uma maçã dourada (pomo) da árvore das Espérides com a inscrição: 'Para a mais bela', atirando-a à mesa do banquete.

Logo, logo, Heres, Atenas e Afrodite, deusas vaidosas que só, começaram a disputa pelo prêmio. Páris, príncipe de Troia foi designado pelo todo -poderoso Zeus para escolher a bela, de modo que as moçoilas lhe ofereceram, no intuito de suborná-lo, o poder que detinham: Hera, poder político; Atena, habilidade em campo de batalha, sabedoria; e Afrodite, a mais bela mulher do mundo - Helena de Troia -, casada com Menelau. Ora, que homem resistiria ter nos braços a mulher mais bela do mundo? Páris elegeu Afrodite como sendo 'a mais bela deusa' e sua escolha desencadiou a Guerra e destruição de Troia.

A figura arquetípica de Éris é atribuída ao tipo frio e dissimulado (ninguém supõe que por detrás de um rostinho angélico e vozinha mansa, existe um ser maquiavélico), que não mede esforços para conseguir o que deseja, nem que com isso tenha de passar por cima dos outros, já que seu maior atributo é disseminar a discórdia. Diz-se que ela anda ao lado de Ares, deus da guerra, parceria perfeita para ruína, devastação.

É preciso ter cuidado com os(as) Éris que vivem por aí. Os arquétipos se encaixam muito bem aos tipos humanos. Não é difícil reconhecer alguém nesse estilo: é só observar que gente assim tem o dom de desencar conflitos e discórdia onde quer que vá, ao contrário dos pacifistas e harmônicos [...].

Que a paz e harmonia estejam conosco!

Besitos!

RB ;)












domingo, 6 de dezembro de 2009

Relatório de viagem ao Recife.


Dia ensolarado, calor, brisa do mar e cheiro de frutas tropicais - sapotis, pitangas, mangabas, acerolas -, essa foi a primeira vista ao aterrissar no Recife/PE. Para completar, lua cheia prateada que iluminava a cidade de ares que emanam alegria. Nas raízes, os ritmos populares do frevo, maracatu, modinhas e cordéis a contar um pouco da história desse 'pequeno' fragmento do nordeste.
Além do mar de águas quentes, mais encantador foi ver de perto os atletas portadores de necessidade especiais no campeonato da Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeiras de Rodas - CBBC. Estar perto deles vibrando a cada partida para mim foi um grande prêmio e verdadeira lição de vida, pois vê-los superar barreiras mediante tanto preconceito, me fez refletir sobre a condição e capacidades humanas. Pude ver de perto olhos que brilhavam feito estrelas, camisas e corpos suados, tamanho esforço físico e ansiedade ao final das partidas. Eles(as) são verdadeiros heróis: imagine empurrar a cadeira, driblar, bater a bola no chão e arremessá-la ao cesto! Caraca! Ouvi falar de histórias de alguns: um deles, hoje aos 27 anos, joga basquete desde os 14. Durante um assalto em São Paulo, foi jogado na linha de trem, que passou sobre suas pernas (...). Também vi um jovem de aproximadamente 15 anos, mascote de um dos grupos, que tinha sido recém - amputado. Não soube exatamente a razão.

Garra. Alegria. Superação. Essas são algumas das tônicas daqueles atletas e o campenato realmente foi emocionante. Pensei: aquelas sim, eram pessoas fortes de verdade.
Encantei-me ainda com o Bloco das Flores, tradicionalíssimo no Recife. Trata-se de um grupo de mulheres que mantém a tradição com o 1º bloco de frevo da cidade, desde 1920. Elas cantam modinhas típicas da região durante os desfiles de carnaval e, ao mesmo tempo, distribuem flores aos transeuntes. Lindas demais... Comer bolo de rolo de verdade (aqueles que se faz aqui são falsos!), com geleia de goiaba e sorvete de creme foi verdadeiro majar dos deuses... moqueca de peixe com legítimo dendê e côco não-industrializado fez suar naquele calor abaixo dos trópicos... tapioca quentinha com côco e mel, nem se fala...
!
Por outro lado, notei que, apesar daquele oceano lindo que banha toda costa da cidade, as pessoas lá andam com roupas até o pescoço. Como boa carioca que sou, achei bem estranho. A moda - praia, inclusive, é bem pequena por lá, com uma loja aqui, outra acolá. Em conversa com uma arquiteta, esposa de um sociólogo que conheci no ginásio durante os jogos, ela comentou que isso se dá devido aos resquícios do coronoelismo que persiste no pensamento da sociedade nordestina como um todo. Faz sentido.
Ri muito dos modos nada gentis dos pernambucanos. Até o timbre da voz deles é grosseiro. Ego número nº 2 (depois explico essa história de ego!), não faz parte da cultura deles. Compreendi. Questões culturais, apenas isso.
O presidente do CPB, durante a premiação dos vencedores do campeonato, disse algo que para mim valeu todo empenho durante nosso trabalho nos 7 dias que estivemos no Recife: "Não parabenizo a ninguém individualmente, mas as equipes que realizaram esse campeonato." Isso mesmo. Sem equipe dificilmente se obtém o objetivo. Portanto, Gonçalo Fortes (cinegrafista), Nilson Carvalho (fotógrafo) e eu, estivemos juntos o tempo todo. Sem esse espírito não teríamos realizado tamanha façanha. Adorei. Valeu meninos! Vocês já têm lugar no meu coração.
E vamos em frente, que atrás vem gente.
:) RB

sábado, 22 de agosto de 2009

Felicidade Clandestina.



Há tempos não escrevia aqui. O tempo muito me tem consumido: corre-corre danado. Às vezes fico com a consciêcia pesada em se tenho administrado bem meu tempo...

Passei por Revolução Solar (aniversário) no último dia 10.08. Adorei comemorar mais um ano de vida ao lado da família e amigos. Fomos, além de tomar uns drinks, apreciar o pôr-do-sol no Pontão do Lago Sul em Brasília, um dos meus lugares preferidos por estar ao lado do Lago Paranoá. De lá também se avista a Prainha - a Praça dos Orixás -, que este ano me emanaram muito axé.

Apesar da falta de tempo, li esses dias uma frase da gloriosa Clarice Lispector: "Ando agora ocupada. A felicidade muito me toma." Menos mal. Ocupada, mas feliz! De alma leve, coração e consciência tranquila... muitos planos para meu novo ano que se inicia... muito grata pelo que passou. E vamos em frente!


Abraços com carinho.
RB







domingo, 7 de junho de 2009

Don't worry baby!


Ando meio sumida, só um poquinho, falta de tempo. Tempo, tempo, tempo. O tique-taque do relógio vive nos perseguir: deixa eu correr senão não chego a tempo; preciso redigir tal trabalho e entregá-lo a tempo; tenho de correr e dar um beijo em meu amigo em tempo - tempo, tempo, tempo. Falando nisso, preciso comprar o presente do meu namorado, caso contrário, chegará 12 e junho e não haverá mais tempo. Ele sempre me diz muito terno e calmo: " Não se preocupe querida, vai dar tempo." Ah, vou aproveitar para ouvir a canção "Don't worry baby", de Lorie Morgan, que ele sempre canta para mim. nháaaa...

Veio-me à mente a figura mitológica de Cronos, o senhor do tempo. Em Astrologia, Cronos faz analogia com Saturno, um dos mais complexos arquétipos entre os planetas, também tido como mestre interior. Li algo que mencionava que esse mestre pode se tornar um tirano severo ou, se bem posicionado no mapa astral, um vedadeiro mentor.

Quem conhece o mito de Cronos há de se lembrar de que ele engolia seus próprios filhos, consumindo sua própria descedência. Tendo sido destronado depois de govenar todo um reino, sofreu banimento e a perda do poder, e terminou sua carreira como prisioneiro no Tártaro. Diz-se que os anéis de Saturno representam limitações e fronteiras em nossas vidas. Eu mesma o tenho posicionado na casa sete de meu mapa natal - das associações, parcerias, o outro.

Mudando de assunto: estou muito feliz, muito mesmo! Estou enveredado para o segmento de escrever roteiros. Aprendi a apreciá-los com Renata Leite, jornalista-roteirista que trabalhou comigo. À época eu ajudava a revisá-los e acabei por tomar gosto por eles. Infelizmente, pessoas tão incríveis parecem durar pouco tempo em nossas vidas. Morro de saudades dela; um dia desses a encontrei no niver da Flavita... rimos que só. Também tenho aprendido muito com dicas valiossísimas de Maurício Pinheiro, para mim tido como mestre. O cunho literário de bons roteiros de cinema aprendi com Adalbero Müller, outro mestre incrível do tempos da UnB. Ah, Rosita, mulher de sorte!

Gente, deixem ouvir, então, minha canção (...)

Beijos e abraços encantados!

Rosita Bertini.

domingo, 24 de maio de 2009

Poder e poder...




Não é incomum se ouvir falar da palavra poder. Esse termo, que gramaticalmente varia entre verbo e substantivo, significa em ambos casos autoridade, mando, força, influência. Teoricamente "poder" deveria levar ao equilíbrio, ajustamente e mesmo felicidade; porém, em geral, talvez pela pequenez humana, não é assim que ocorre. Em toda parte relações sociais são mediadas por alguma forma de poder: daí a expressão "manda quem pode, obedece quem tem juízo." Acrescenten-se ainda "ah, fulano abusa do poder"; "cicrano aspira poder"; ou, "aproveita-se do poder que tem."


Fui consultar algumas teorias sobre o tema. Para Weber poder é a "possibilidade de impor sua vontade sobre o comportamento de outras pessoas", quase sempre para atingir um objetivo." Já Toffer pensa que existem três fontes de poder: músculo (força), dinheiro (riqueza) e inteligência (conhecimento), essa última de maior qualidade, pois propicia aplicar outras fontes. Concordo com ele. Não por acaso, as elites abastadas detêm poder mediante o poder que o dinheiro gera. Não raro também alguém que possui grau elevado de conhecimento ser fonte de persuasão sobre outros, o que inevitavelmente não deixa de ser uma forma de poder; até aqui tudo bem, a questão é a maneira em como esse poder é conduzido. Interessante - algo que já notei em diversas circunstâcias - é aquele que não possui nada do que fora mencionado, ou seja, força física, riqueza, muito menos inteligência, mas por estar próximo do poder, faz acreditar que o tem (falso poder). E, o que é pior, faz uso desse falso poder em benefício de si e para prejudicar outrem. O bom nisso é que tudo que falso um dia de revela e desmacara, porque o que não é verdadeiro não se sustenta.

Entretanto, existem aqueles que usam o poder em detrimento do mal. E é nisso que me empenho. Mesmo sendo uma gota no oceano, há pessoas que fazem bom uso do poder por crer que vale a pena colaborar mutuamente, que um ensina e aprende com o outro, e que existem egrégoras voltadas para o bem-estar. E esse é o poder que deve prevalecer.
Beijos e abraços cheios de poder do bem.
RB


domingo, 17 de maio de 2009

Entre ser chic ou chica

Dia desses eu algumas amigas discutíamos o conceito de ser ou não ser chic. Cada uma a seu modo, mediado pela subjetividade, exprimia opinião diferente: "ser chic é não estar nem aí." Outra: "é ter estilo próprio"; " não é preciso seguir a moda, mas ter bom gosto e refinamento." Para Glória Kallil, profissional de renome no tema de comportamento e moda no Brasil, para ser chic (ou chique) "é preciso ter infomação que, aliada ao que se tem por dentro, representa como se está por fora."
Enfim, papo informal que pode parecer bobo, fato é que a vida contemporânea, em que prevalece o poder sedutor da imagem, "que prefere a representação à realidade" - inclusive para indústria da informação -, pois até os produtos têm lá seu toque de sensualidade, o caráter chic se faz bastante relevante.
Ainda assim, em minha humilde presunção (rsssssss), continuo achando que ser chic é ser autêntico, feliz. Saber se comportar em qualquer situação e ter jogo de cintura também não é fácil; além disso, o chic não se preocupa em quebrar regras sociais, é original. Ninguém merece o estilo fazer pose (parecer ser sem ser), que soa artificial. Papo vai, papo vem, pensamos: e quem não é chic é o quê? Silêncio fúnebre e alguém num insight disse: chica! ahaaaahaahhhhha!!!
Elas são incríveis e, diga-se de passagem, mui belas e chics!

RB

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Jamais


Jamais desistir ou esmorecer.
Jamais desacreditar ou perder a fé.
Jamais deixar de sorrir, muito menos de crer em si e nos ideais.
Jamais deixar de abrir-se à vida,
ou de abraçar o semelhante.
Jamais deixar-se acovardar,
de enfrentar, resistir, erguer.
É fácil ser um soldado, um robô.
Difícil é convercer, persuadir, argumentar.
É fácil tão somente obedecer.
Difícil é liderar, pensar.
Jamais, jamais voltar atrás.
Jamais [...]

RB.