domingo, 26 de abril de 2009

Os livros e as feiras de antigamente.


Domingo de chuva. Particularmente dias chuvosos e cinzentos não me atraem. Prefiro a luminosidade do Sol. Dizem que na Dinamarca os raios solares pouco atingem o país. Mesmo durante o dia parece noite. Por sua vez, o índice de suicídios é bem alto, apesar do IDH elevado. Segundo consta, a relação da falta de luz tem a ver com os estados depressivos das pessoas que lá vivem.

Ainda assim fui à feira comprar um tapete para porta de entrada de nossa casa. Foi meio difícil, pois gostei de um e minha filha de outro. Acabei optando pela escolha dela, que tem muito bom gosto: tapete cheio de florzinhas coloridas. Não resistimos e escolhemos também pulseiras indianas lilases bem femininas.

A feira não estava muito animada por conta da chuva e, por óbvio, ausência do Sol. É muito divertido passar a manhã de um dia ensolarado, de preferência num domingo em que as famílias saem para passsear. Nós temos por hábito ir direto ver os cães e gatos que lá são vendidos. Depois bater muitas pernas lá e cá só para ao final tomar caldo de cana com pastel. O mais delicioso é ver crianças lambuzadas em sorvetes, algodão doce ou divertindo-se numa pipa ou pião. Às vezes me lembro da infância quando meu pai nos levava às feiras para fazer compras e minha mãe tinha por hábito trocar gibis, discos vinis e revistas. Sempre havia um exemplar novo-velho para lermos. Mamãe também gostava de ler Sabrina; engraçado, nunca gostei delas, acha-as desinteressantes, histórias bobas. Gostava mesmo era dos livrinhos de literatura. Machado era tudo de bom e Capitu me marcou desde aquela época. Será que ela traiu Betinho?, perguntava-me.

Porém noto que hoje não há mais esse tipo de troca nas feiras, ao menos aqui em Brasília. O negócio do momento é o sebo de livros que, apesar de mais em conta, ainda é caro a quem não tem recursos. As feiras de livros então, sem comentários! É lamentável que no Brasil o livro ainda seja objeto voltado à elite e o índice de letramento tão baixo. Acredito que tudo esteja relacionado à cultura educacional do país.

Ainda assim existem boas iniciativas. O projeto "Parada Cultural" é um exemplo disso. Ou seja, nos pontos dos ônibus da cidade existem estantes de livros e qualquer um pode levá-lo para ler. Ideia genial, uma vez que mesmo sem hábito de leitura pela população, sempre haverá alguém por deleitar-se num dos livros.
Hoje senti saudades das feiras da infância. Só que naquele tempo papai comprava biscoitos de povilho ou picolé de limão. Era bom demais!
RB.












5 comentários:

  1. Picolé de limão! Será que farei dele uma limonada? É bem possível que não....

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  2. "O mais delicioso é ver crianças lambuzadas em sorvetes, algodão doce ou divertindo-se numa pipa ou pião". Este texto refere-se as crianças dos outros, pois você nunca deixou a Tami se lambuzar.
    P.S Esqueceu que sua mãe comprava maça do amor prá ver você se lambuzar? Não conseguia, você era uma criança fina.

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  3. Mas amore, em nenhum momento disse que gostava de ver nossa filha lambuzada. Divertido mesmo é ver outras crianças!
    Rs

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  4. Meu amor me entrega mesmo!
    Roberta, você é incrível!
    Bjus!

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